segunda-feira, 23 de junho de 2014

Com o regulamento debaixo do braço

Felipe Massa: pole no sábado e quarto lugar no domingo. Ainda assim, um resultado importante.

Está bem difícil falar de Fórmula 1 durante essa Copa do Mundo espetacular que estamos vendo aqui no Brasil, mas vamos lá. Tivemos o GP da Áustria neste fim de semana.

Tem muita gente criticando a Williams pela tática conservadora adotada na corrida. De fato, a equipe correu para minimizar riscos após a brilhante classificação de sábado, quando Felipe Massa fez a pole e Valteri Bottas completou a primeira fila.

Como já dissemos aqui, a Williams é a equipe que mais evoluiu de 2013 para 2014, saindo das últimas posições do grid para ter, hoje, o segundo melhor carro da Fórmula 1 em algumas corridas. É um crescimento exponencial que, certamente, custou muito caro. E, até aqui, embora tenha mostrado potencial, bom resultado mesmo foi só o quinto lugar de Bottas, na Espanha. A pressão devia estar violenta para os lados de Frank Williams e, qualquer coisa a menos do que um pódio na Áustria, seria um fracasso terrível.

A equipe sabia que não seria páreo para Nico Rosberg, que largava em terceiro, mas não contava com o início de prova arrasador de Lewis Hamilton que largou em nono e pulou para a quarta posição já na primeira volta. Com isso, os dois Mercedes conseguiram superar os Williams e a equipe, que pretendia por seus dois pilotos no pódio, conseguiu o terceiro lugar, com Bottas, e o quarto, com Felipe. De qualquer maneira, somaram muitos pontos pela primeira vez no ano, o que acabou sendo importante.

Massa perdeu a oportunidade de conseguir o pódio ao imprimir um ritmo lento de corrida após o primeiro pit-stop, no qual perdeu tempo em relação aos adversários. Em nenhum momento esboçou qualquer tipo de reação. Fiquei com a sensação de que a orientação para os pilotos da Williams nessa corrida era “cheguem ao final, por favor!”. Dada a situação em que a equipe estava na tabela, acho que isso foi compreensível. Mas espero que, agora, com os pontos marcado, a Williams possa começar a ousar mais nas estratégias, buscando até mesmo vitórias. Como vimos na Áustria, elas são possíveis.

Por outro lado, temos a Mercedes que permanece muito à frente de todos os rivais. E, apesar de ser um piloto menos exuberante, Nico Rosberg começa a arrancar para o seu primeiro título mundial. Ao contrário do companheiro Lewis Hamilton, mais rápido e mais gabaritado, Rosberg raramente comete erros e se mantém o tempo todo em posição privilegiada nas corridas e treinos. Hamilton, por exemplo, jogou fora a corrida ao errar sozinho na classificação.

Lewis pode até conseguir virar o jogo mas, para isso, precisa vencer a si mesmo. Caso contrário, jogará no lixo uma boa oportunidade de se tornar bi-campeão.

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