segunda-feira, 28 de junho de 2010

GP da Europa - Resenha capenga

Preciso pedir desculpas aos leitores por essa falta de atualização, mas não está sendo nada fácil a vida nestes últimos dias.

Inclusive, em relação ao GP da Europa, vou ser obrigado a fazer uma resenha bem econômica, por um motivo muito simples: não assisti a corrida inteira, vi partes dela.

É preciso dizer que as partes que vi não gostei. Essa pista de Valência é uma verdadeira bomba mesmo, difícil de ultrapassar, pouco desafiadora, enfim, impossível ter uma corrida boa naquele lugar. Só mesmo Kobayashy, com pneus macios num carro muito leve, para fazer duas belas ultrapassagens no final e salvar o fim de semana.

Sobre o acidente de Mark Webber: imagem assustadora. Me lembrou muito o acidente que matou o brasileiro Marco Campos, na extinta Fórmula 3000, em 1995 em Magny Cours. Por sorte o australiano saiu sem um arranhão. E não me venham com essa história de que as equipes pequenas são muito mais lentas e que é perigoso e tal e coisa. Webber foi para cima de Kovalainen que nem uma vaca louca.

Sabendo que tem mais carro, era só por de lado e frear mais dentro, não entendi o porquê daquela manobra.

De resto mais uma bela vitória da RedBull, desta vez com Vettel, com Hamilton conseguindo um ótimo resultado e se mantendo líder do campeonato.

Esta semana o blog ainda deve ficar um pouco comprometido, mas na semana que vem estarei de volta com força total.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

GP do Canadá: melhor que a Copa

Hamilton: liderança do campeonato para o melhor piloto até aqui


A Fórmula 1 resolveu não parar durante a Copa do Mundo. E o que parecia ser um desastre, revelou-se um alento: o GP do Canadá foi, de longe, o melhor evento esportivo do final de semana, superando os modorrentos e entediantes primeiros jogos da Copa. Toques, ultrapassagens, pegas entre três e quatro carros, pilotos precisando lidar com desgaste excessivo de pneus e o principal: tudo isso acontecendo também no pelotão da frente. Aliás, é a segunda corrida seguida que isso acontece, sem interferência de fatores externos. Não há como negar que o fim do reabastecimento foi benéfico para a Fórmula 1.

É claro que pistas como a do Canadá ajudam bastante, já que possui longas retas, seguidas de curvas fechadas, que exigem muito de carros e pilotos. Além disso, o asfalto abrasivo de Montreal fez com que pilotos e equipes quebrassem suas cabeças para resolver os problemas de pneus. E, nessa, quem se deu mal foi a Red Bull. Mais especificamente Mark Webber que apostou que poderia ficar durante um longo tempo com os pneus duros na pista. Chegou a dar impressão de que a aposta tinha sido certa, pois abriu bastante diferença na liderança. Mas logo perdeu rendimento e, como ainda não tinha colocado os pneus macios, que estavam durando menos de 10 voltas, perdeu a corrida e a liderança do campeonato.

E perdeu para Lewis Hamilton, o melhor piloto do ano até aqui. Combativo, competente, rápido e equilibrado, Hamilton vem provando que, numa corrida, ganha quem arrisca mais. Nada de esperar o outro decidir o que vai fazer. Tem carro para ultrapassar, então ultrapassa. Aliás, desconfio que esta postura do inglês (desde o início do ano) talvez tenha influenciado os outros pilotos, o que ajuda a explicar a melhora na qualidade das corridas.

Alguns pitacos sobre a corrida:

_ Felipe Massa está vivendo uma de suas piores fases. Se envolveu em um acidente de corrida na primeira curva. Até vinha bem, andando rápido, mas no final se precipitou e levou a pior numa disputa com Michael Schumacher.

_ O heptacampeão, aliás, continua sendo a diversão garantida dos GP’s. Com seu velho jeito de não aceitar as derrotas, continua vendendo caro todas as posições que disputa, sejam elas pela ponta ou no fim do pelotão.

_ Foram tantas brigas, que fica difícil enumerar todas. Para mim a ultrapassagem mais bonita foi a de Felipe Massa sobre Vitantônio Liuzzi.

_ Fernando Alonso saiu bravo por ter perdido a terceira posição para Jenson Button, após ser atrapalhado por retardatários. Depois de anos correndo em um grid enxuto, com 20 carros parecidíssimos, aparentemente os pilotos não sabem mais lidar com carros tão mais lentos andando na pista. Talvez a FIA devesse programar algumas palestras com os pilotos das antigas.

_ Como comissário convidado pela FIA, Emerson Fittipaldi teve muito trabalho. Foram inúmeras punições ao longo do GP. Para mim ele acertou em todas, inclusive na polêmica entre Schumacher e Massa. O alemão não foi punido e não deveria mesmo. Defendeu a posição e, ao ver que Massa não tentaria mais voltou à sua trajetória para fazer a curva.

Classificação Final: (10 primeiros)

1º) Lewis Hamilton – McLaren Mercedes Benz
Conseguiu a vitória lutando muito, ultrapassando, defendendo, enfim, como deve ser o automobilismo. Lidera o campeonato porque é o melhor piloto do ano até aqui.

2º) Jenson Button – McLaren Mercedes Benz
Inteligente e combativo, está no mesmo nível que seu companheiro, só que num estilo de pilotagem mais tranqüilo. É candidato ao título.

3º) Fernando Alonso – Ferrari
Bela prova do espanhol, superando as deficiências do carro. Bobeou no final e perdeu o segundo lugar, mas isso não tira os méritos de sua corrida.

4º) Sebastian Vettel – Red Bull Renault
A Red Bull não mostrou o mesmo desempenho de prova anteriores, mas segue sendo um grande carro. Vettel foi inteligente ao perceber que não poderia lutar com a McLaren e garantiu pontos importantes.

5º) Mark Webber – Red Bull
Deu a impressão de que ganharia a corrida em uma descisão tática brilhante, mas os pneus duros não colaboraram. Assim mesmo, conseguiu um bom resultado e se mantém vivo na disputa.

6º) Nico Rosberg – Mercedes Benz
Marcando pontos importantes mais uma vez, está superando de longe seu companheiro Michael Schumacher. Não deixa de ser uma vitória pessoal muito importante.

7º) Robert Kubica – Renault
De novo nos pontos, de novo combativo. Numa disputa com Michael Schumacher, levou a pior. Se não fosse isso poderia ter chegado mais à frente.

8º) Sebastian Buemi – Toro Rosso Ferrari

Chegou a liderar a prova. Com um carro ruim, chega a ser uma façanha. Sua melhor prova no campeonato.

9º) Vitantônio Liuzzi – Force Índia Mercedes Benz
Foi o único dos que conseguiu ultrapassar Michael Schumacher, depois de bater rodas com o alemão. Não teve culpa no acidente da primeira curva, com Massa, e depois levou uma ultrapassagem humilhante do brasileiro.

10º) Adrian Sutil - Force Índia Mercedes Benz
Pegou carona na briga de Liuzzi e Schumacher, e conseguiu seu pontinho. Foi discreto desta vez, superado pelo seu companheiro.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Button não tem nada de bobo

Button x Hamilton: nada de segundo piloto na McLaren


Saiu, no site da Fórmula 1, o diálogo entre Lewis Hamilton e sua equipe, ao final do GP da Turquia. Quando faltavam quatro voltas para o final, Hamilton sofreu um ataque do seu companheiro Jenson Button, que o ultrapassou. Lewis conseguiu retomar a posição, no melhor lance da F1, até aqui, na temporada. Mas, pelo que pudemos ouvir no diálogo piloto-equipe, a coisa não foi tão liberada assim: a McLaren avisou Hamilton que ele deveria economizar combustível. Ele perguntou se seu companheiro faria a mesma coisa e o engenheiro respondeu que sim. Não foi divulgado o diálogo com Jenson Button.

Em primeiro lugar, duvido que, ao dar a ordem para Hamilton, a McLaren não tenha feito o mesmo com Button. Seria um erro primário demais para uma equipe desse porte. O que me levou a lembrar de uma pergunta que foi feita a Nelson Piquet, após o GP da Áustria de 2002, quando houve a famosa inversão de posições entre Schumacher e Barrichello: “Nelson, o que você faria no lugar do Rubinho?” A resposta: “Fingiria que não ouvi, que estava com algum problema no rádio”.

Pois para mim, Jenson Button deu de bobo. Ouviu a ordem para economizar combustível, mas já tinha feito isso no início da prova e resolveu partir para cima.

E querem saber? Fez muito bem. Primeiro porque poderia ter conseguido uma vitória importante. E, segundo, porque mostrou ao seu companheiro que não está ali para brincadeira.

Não sou contra jogos de equipe, acho que são necessários às vezes. Mas as atitudes dos pilotos é que definem quem será o coadjuvante e o protagonista. Quando Fernando Alonso enfiou o carro por dentro, na entrada do box, para cima de Felipe Massa na China, estava fazendo justamente isso: mostrando para o companheiro quem é que manda. E na ocasião, eu disse: se Felipe não fizer algo parecido, em breve, vai virar escudeiro.

Jenson Button não é um piloto espetacular como Lewis Hamilton, mas não é bobo. E fez questão de mostrar isso ao companheiro que devolveu na mesma moeda, é verdade. Dois pilotos que sabem que não podem dar bobeira um com o outro. Que continuem assim, até o fim do ano, e que vença o melhor.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Trofeo Línea pode representar volta do brasileiro de marcas


Trofeo Linea: competição que tem tudo para dar certo

Gosto muito de categorias de turismo, principalmente quando me identifico com os carros. E neste ponto, acho mais fácil me identificar com carros de verdade, preparados para corridas, do que com um monte de tubos cobertos por uma carenagem de fibra de carbono. Por isso fui animadamente para Jacarepaguá, no último fim de semana, assistir ao Trofeo Línea.

O resultado superou as expectativas. As duas baterias foram emocionantes, disputadas em alto nível. Com quase 20 participantes, o Trofeo Línea me parece ser a categoria mais bem estruturada do Racing Festival, que conta ainda com Fórmula Future e as motos Hornet 600.

O trabalho realizado nos carros foi de alta qualidade, eles estão belíssimos. Além disso parecem ser bem acertados e vários pilotos elogiaram a dirigibilidade. Grandes nomes do automobilismo brasileiro estão participando como Cacá e Popó Bueno, Ricardo Maurício, Antônio Jorge Neto, entre outros.

Com apoio total da Fiat, fabricante do Línea, acredito que esta categoria, se seguir da maneira como começou, pode sim representar um importante recomeço para o brasileiro de marcas. Disputado até o meio dos anos 90, este campeonato tinha grande apuro técnico, presença das principais montadoras brasileiras e consagrou alguns dos nossos maiores pilotos.

Quem sabe não está na hora delas voltarem?

terça-feira, 1 de junho de 2010

O futuro na pista


Formula Future: um sopro de esperança para o nosso automobilismo


Este fim de semana pude conferir, ao vivo, em Jacarepaguá, a primeira etapa do Racing Festival, evento apadrinhado por Felipe Massa, que traz três categorias: Formula Future, Trofeo Línea e as motos Hornet 600. Além do apoio do piloto brasileiro, grandes empresas estão envolvidas no projeto, com destaque para a Fiat.

E

m primeiro lugar é preciso dar os parabéns a todos os envolvidos. O evento é belíssimo, bem organizado, pontual, enfim, bonito de se ver. E o principal: produz boas corridas. Espero que a falta de público (automobilismo não dá mais público no Brasil, essa é uma realidade com a qual teremos que lidar. Para conseguirmos atenção para o esporte, precisaremos ter gente boa chegando à F1, o que só conseguiremos formando pilotos, e aí entra um ciclo que precisaremos encarar) não desanime as empresas e que a TV (Sportv) transmita toda a temporada.

Em relação a Fórmula Future, o grid de 10 carros parece magro, mas é preciso lembrar que a última vez que tivemos uma categoria de base além do Kart foi com a Fórmula Renault, que teve seu auge em 2002. Portanto é bom pensarmos que já é uma grande coisa reunir 10 pilotos com grana para disputar uma temporada.

As duas baterias foram interessantes, embora não exatamente disputadas. A primeira bateria foi vencida por Francisco Alfaya e a segunda pelo argentino Roberto Cúria Jr., que herdou a vitória depois de um erro do piloto Jonh Louis, que dominava a prova.

Fica a torcida para que outras empresas banquem os pilotos recém saídos do Kart. A próxima etapa da Fórmula Future será em Londrina, Paraná, local onde o público comparece mais, gosta mais de corridas. Espero que isso sirva de incentivo para os patrocinadores.

Amanhã falo do Trofeo Línea que, se seguir da maneira como foi na estréia, pode tranqüilamente desbancar a Stock Car.