domingo, 12 de abril de 2015

GP da China comprova: a doença da F1 se chama previsibilidade

Imagem genérica que poderia ser usada na cobertura de
qualquer uma das três primeiras corridas
Três corridas, três pódios e três personagens idênticos. Apenas na Malásia houve uma inversão da ordem entre Vettel, Hamilton e Rosberg. Mas, e agora sabemos muito bem, foi absolutamente circunstancial. Nada pode ser mais prejudicial a um esporte do que a previsibilidade e é disso que a Fórmula 1 vem padecendo. Aliás, como disse Fábio Campos numa das edições do excelente Podcast Café com Velocidade, a história vem se repetindo desde 2013: a regra da F1 sempre foi termos duas ou três equipes disputando o título, com pequenas diferenças entre seus carros. A exceção eram aqueles anos em que um time consegue produzir um carro muito melhor, que humilha os outros. E, agora, a exceção parece ter virado regra.

E o GP da China foi um tapa na cara de quem achou que Vettel seria capaz de ameaçar o domínio da Mercedes com frequência. Após o primeiro pit-stop, Hamilton e Rosberg chegaram a perder distância  para a Ferrari, produzindo uma falsa sensação de que Vettel poderia brigar pela corrida. Mas, uma volta antes de parar, quando os pneus deveriam estar em frangalhos, Hamilton fez uma volta quase um segundo mais rápida do que todos os outros, mostrando claramente que estava segurando o ritmo, enquanto Vettel estava se pendurando nas curvas, tirando da Ferrari até mais do que ela poderia dar. Com pneus novos, no último trecho, os prateados foram embora sem dificuldades.

Mas a corrida foi um xarope completo? Só não foi porque tivemos boas disputas envolvendo Ricciardo, Verstappen (é bom o menino!), Nars, Ericsson, Maldonado, Button e Alonso. O venezuelano, por sinal, estava naqueles dias, e chegou a tomar o caminho errado para os boxes, produzindo uma imagem curiosa. E nem assim a transmissão da Globo encontrou uma maneira de tornar a coisa mais vibrante. Mas esse é um tema quero desenvolver melhor essa semana.

A questão é que essas brigas ocorreram da oitava posição para trás. E, principalmente as 6 primeiras posições, foram definidas na primeira volta. A única briga que poderia sair dali, Raikkonen indo à caça das Williams, não aconteceu porque o finlandês fez o serviço logo nas primeiras curvas. E os ingleses levaram uma luneta de quase 30 segundos da Ferrari. Pelo menos Massa conseguiu manter alguma regularidade na corrida, o que possibilitou que ele se mativesse bem à frente de Bottas o tempo todo.

No fim de tudo, a triste conclusão é de que ficaremos dependendo da chuva para termos alguma chance de mudança de ordem nas primeiras posições. Pelo terceiro ano seguido. É muito pouco para quem continua querendo ser a categoria de automobilismo mais importante do planeta.

Um comentário:

Ron Groo disse...

Não sei se é a previsibilidade.
Sempre tivemos grandes dominios: McLaren, Williams, Ferrari, Red Bull... E até a Brawn dominou meia temporada pelo menos, mas tem outras coisas... O excesso de confiabilidade, engessamento de declarações, distância dos fãs... Muita coisa .