segunda-feira, 28 de outubro de 2013

A FIA e sua maneira de enxergar o esporte



E a FIA puniu Vettel em 25 mil Euros pela quebra de protocolo na comemoração de seu quarto título mundial ontem, na Índia. Repito: Vettel foi punido por quebrar o protocolo ao comemorar sua quarta conquista seguida. Ou seja, o cara não sabe o que é ficar em segundo lugar num mundial desde 2010 e ainda tem que seguir “protocolos” para comemorar tal feito.

E o pior: até podíamos pensar que a tal quebra de protocolo teria sido algo assombroso, talvez Sebastian tivesse enchido a cara e quebrado todos os motorhomes do circo, ou tivesse jogado champagne no olho de Bernie Ecclestone, ou tivesse comido metade daquelas samambaias que aplaudem os pilotos quando eles se encaminham para o pódio. Mas não foi nada disso. O cara apenas deu zerinhos na reta principal, em frente à torcida e estacionou o carro ali mesmo, fora da área permitida.

Cada vez mais a FIA vem se tornando um pequeno retrato do mundo atual em que vivemos, no qual tudo é artificial e fabricado, não existem emoções e sim aparências que devem ser mantidas. Um modelo que a FIFA também adota no futebol, transformando o esporte mais popular do mundo numa competição insípida.
Ganhar um título mundial de Fórmula 1 é a conquista máxima de um piloto que começa no kart, passa por todas as categorias até atingir o auge da carreira. Ganhar 4 deles então, nem se fala.

E não tem nada mais bonito do que ver um esportista genuinamente feliz, comemorando sua conquista à sua maneira. E da maneira como Vettel fez, melhor ainda. De forma respeitosa, indo próximo ao público que, naquele momento, testemunhava sua epopeia.

Ao longo dos anos há um claro esforço da FIA em “limpar” o esporte, tornando-se mais rigorosa na fiscalização das corridas e sendo severa na padronização de procedimentos antes, durante e depois das provas. Isso traz vantagens, claro, a segurança é uma delas. Não se veem mais acidentes na Fórmula 1. Mas, por melhor que seja, é necessário que a FIA volte a enxergar a Fórmula 1 como corrida de automóveis, que é o que ela é, afinal de contas.


E uma corrida de automóveis é composta por ultrapassagens, batidas, quebras, caronas e, no fim de tudo, comemorações. Se não tivermos mais nada disso, o esporte perde a graça. Vale mais a pena irmos jogar videogame. 

domingo, 27 de outubro de 2013

Incontestável



Não acordei cedo para ver a conquista de Sebastian Vettel na Índia. O horário dessa corrida é péssimo, se você acorda às 07:30hs para assistir a uma corrida que vai acabar lá pelas 09:30hs acaba não conseguindo dormir mais. Além disso, o Sportv transmitiria a reprise na íntegra às 10hs, o que acabou se revelando tentador.

Mas o maior motivo de não ter acordado era porque já sabia o resultado. De uma maneira ou de outra Vettel conquistaria o merecidíssimo tetracampeonato, num campeonato particular que passou a disputar com ele mesmo após às férias da Fórmula 1. De lá pra cá, a partir do GP da Bélgica, só ele venceu, liderou quase todas as voltas e fez quase todas as poles. Um domínio absurdo do melhor piloto, a bordo do melhor carro.

E, no fim das contas, é isso que vale. Desde 2010 a Red Bull tem o melhor carro, um equipamento do qual Vettel tira o melhor. Uma combinação perfeita, regida por uma equipe incrível, com um ambiente de trabalho irretocável. Enquanto a Ferrari depende do braço de Fernando Alonso, a Lotus se debate com problemas financeiros, a Mercedes sofre com a incompetência de seus projetistas e a McLaren carece de comando desde a saída de Ron Dennis, a RedBull formou um time espetacular, um dos melhores da história da Fórmula 1.

A esperança, agora, é que as mudanças de regulamento igualem um pouco mais as coisas. Caso contrário, acredito que os recordes de Michael Schumacher irão durar bem menos do que imaginávamos.

E sobre Vettel, apenas assino embaixo do que escreveu FlávioGomes: a simplicidade leva às conquistas. E ponto final.  

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

A importância de ser relevante

Depois que teve sua não renovação de contrato confirmada pela Ferrari, após o GP da Itália, Felipe Massa entrou em (mais um) momento decisivo da carreira. Mais especificamente para ir atrás da vaga que sobrou na Lotus, o lugar mais cobiçado da Fórmula 1 atualmente. Basicamente, a equipe parece estar entre dois nomes: o brasileiro e Nico Hulkenberg, da Sauber.

O resultado, até aqui, é desastroso para Felipe Massa. Enquanto ele permanece com a estranha característica de começar a corrida muito bem e ir desanimando ao longo do GP, o alemão da Sauber vem se destacando com um carro inferior. Classificou-se em 3º lugar na Itália, chegou em 4º na Coréia e só não repetiu o resultado em Suzuka porque ficou sem pneus no final e foi superado por Alonso e Raikkonen. No mesmo Japão, Massa passou da velocidade permitida nos boxes , um erro infantil e, na Coréia, atropelou os adversários como uma vaca louca, na primeira volta.

Um piloto que sai de uma equipe como a Ferrari, tendo ficado lá por tantos anos, deveria ser cobiçado por outros times médios, nem que seja para levar segredos da sua antiga casa. Mas, para isso, é preciso ter um mínimo de resultados relevantes. A Lotus parece interessada em Felipe, se não fosse isso, já teria fechado com Hulkenberg há muito tempo. O alemão é mais barato, mais jovem e, principalmente, mais veloz. Se com uma Sauber, faz o que faz, é de se imaginar que possa até mesmo vencer corridas com um carro mais competitivo.


Felipe Massa está conseguindo jogar pela janela uma chance de ouro para prosseguir na Fórmula 1. Ele tem 4 corridas para mostrar à Lotus que, além de experiente, pode ser um piloto relevante para a equipe. Caso contrário, adeus Fórmula 1.