quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

É demais

Alguns capacetes lendários: esses não precisam de legenda. 


Então quer dizer que a FIA resolveu meter o bedelho no estilo dos pilotos e proibiu os caras de mudarem a pintura dos seus capacetes durante o ano. O casco que for usado na primeira corrida da temporada, deverá permanecer até o final. Pelo menos é o que disse a revista “Autosport”.

Sou do tempo em que se reconhecia um piloto pelo capacete. Era a identidade, a marca do cara. Eu mesmo, quando fui mandar pintar o meu capacete para disputar a gloriosa Copa BH de Kart, me inspirei num ídolo (Al Unser Jr.). No nosso campeonato temos ainda referências a Nigel Mansell e Michael Schumacher. Se tivéssemos alguém que fosse fã de Sebastian Vettel, o infeliz teria que arrumar outra pintura, porque nem sei se o alemão tem alguma que seja oficial, já que vive trocando.

Do grid atual, apenas Alonso, Massa e Button conservam algum traço de identidade em seus cascos. Não por coincidência, os três são os mais velhos e experientes da F1 atual. Os outros cobrem a cabeça com uma chuva de cores e traços que não fazem nenhum sentido e que mudam a cada corrida.

Mas isso não significa que seja problema para a FIA. Não agora, que a F1 passa por uma crises em precedentes e vê o grid de largada minguar juntamente como público, que achou esse regulamento moderníssimo uma chatice só.

Prioridades meus caros, prioridades. Vamos cuidar da F1 para que ela possa ter, no futuro, público para assistir às corridas e reclamar das pinturas nos capacetes.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A F1 pobre

Sauber com a carenagem limpinha: pobreza de dar dó


É triste pensar isso, mas é possível que apenas 16 carros larguem para a primeira corrida da Fórmula 1, na Austrália, no dia 15 de março. A Force Índia é quem pode elevar este número para 18 (que, convenhamos, continua irrisório), mas a equipe não participou da primeira bateria de testes, não sabe se vai à segunda e ainda não apresentou seu novo carro (mostrou só a pintura que, por sinal, é linda). Certamente, se vier a correr, terá um 2015 bem difícil.

Tirando a Force India, a Marússia também subiu no telhado. Pediu para correr com o carro do ano passado, o que foi negado pela FIA, com voto contra da Force India, inclusive. A Caterham já era. Lotus e Sauber estão com pires na mão. A primeira comemorou o fato de ter conseguido dar umas voltas em Jerez, contrariando suas próprias expectativas. A segunda até fez um carro bom, mas não tem quase nenhum patrocinador inscrito em sua carenagem. Até uma semana antes dos testes, não sabia nem se teria carro para levar.

Fico me perguntando o que falta acontecer para Bernie Ecclestone acordar. A F1 vem despertando cada vez menos interesse, tanto de público, quanto de pilotos e engenheiros. A categoria é caríssima, o regulamento é extremamente complicado e, como se não bastasse, transformou os carros em naves espaciais, que devem ser pilotadas somente com ajuda externa. O piloto mesmo, faz bem pouco. Tão pouco que não há mais diferença entre novatos e veteranos, o que faz com que Max Verstappen, de 17 anos, possa estrear na categoria. Uma aberração.

Corridas de carros são feitas para serem admiradas por quem gosta de velocidade. Ver um piloto se esfolar para ultrapassar outro, atravessar o carro nas curvas para ganhar tempo e garantir uma pole. Hoje vemos os caras preocupados em economizar gasolina, pneus que se esfarelam em 6 voltas e ultrapassagens facilitadas por asas móveis.

Não é a toa que tanta gente prefere assistir provas do WEC, Nascar e até a Indy, coitada, com seus carros horrorosos, é mais interessante do que a F1, em termos de automobilismo. Fico imaginando como seria se a Indy tivesse seguido seu caminho da década de 90, ao invés de se transformar em IRL. Hoje estaria engolindo a F1…

A F1 precisa de uma reinvenção, precisa de gente nova, com novas idéias. Gente que pensa em corridas e não apenas em dinheiro. Gente que não pensa como Bernie Ecclestone.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Barrichello e Hoffmann juntos na abertura da Stock


Rubens Barrichello anunciou ontem que Ingo Hoffmann vai correr com ele a corrida de abertura da Stock Car, que será disputada por duplas, como no ano passado. Muito legal. Ingo é uma das lendas do automobilismo brasileiro e, se a Stock tem a popularidade que tem hoje, deve muito ao trabalho ao Alemão no início dos anos 2000.

Ele parou de correr em 2008 e foi homenageado na ocasião pelo próprio Rubinho: ele usou um capacete igual ao de Ingo no GP do Brasil de Fórmula 1 daquele ano.

A dupla Rubens e Ingo, dois dos mais importantes pilotos do nosso automobilismo, já é motivo suficiente para ficarmos ligados na estréia da Stock, no dia 22 de março, em Goiânia.

De volta


Se o ano, no Brasil, só começa depois do carnaval, aqui no blog começa antes. Uma semana antes, mas é antes…

E vamos retomar o blog, de cara, com os testes da Fórmula 1 2015, realizados semana passada em Jerez. E, pelo menos a princípio, a sensação que fica é a de que Fernando Alonso é o grande perdedor da categoria, por enquanto. Depois de brigar anos e anos na Ferrari, com carros ruins, foi tentar a sorte na McLaren, apostando na parceria com a Honda. Aí os italianos buscam Vettel na RedBull e o resultado é o que vimos: a Ferrari andou como nunca nos treinos coletivos e a McLaren sequer conseguiu sair do lugar. Quando saiu, andou coisa de 10 segundos mais lenta do que a concorrência.

Nas redes sociais, as explicações dadas convencem pouco. Estamos conhecendo o carro, a semana foi importante para tirar dúvidas, blá, blá, blá. Começo a achar que algo que desconfiava há tempos, vai se confirmar: Alonso não é um grande acertador e desenvolvedor de carros. Seu trabalho é entrar na pista e acelerar. O resto fica para os engenheiros. Um estilo parecido com Ayrton Senna, que procurava sempre a melhor equipe e o melhor carro.

Já pelos lados italianos, depois de muito tempo, a coisa parece estar mais calma. A Ferrari investiu muita grana no staff técnico, e na contratação de Sebastian Vettel. O resultado veio por meio de tempos consistentes, tanto do alemão como de Kimi Raikkonen.

Mas a grande surpresa desses primeiros quilômetros foi mesmo a Sauber, que andou forte todos os dias, com seus dois pilotos, Felipe Nasser e Marcus Ericsson. A equipe teve um ano para esquecer em 2014, mas parece ter acertado a mão no novo equipamento. Como está totalmente limpa de patrocínios, resultado da crise financeira na qual está mergulhada, é bom esperar a próxima bateria de testes para confirmar a expectativa. Sempre se pode pensar que uma equipe precisando de grana, solta o carro fora do regulamento para ganhar alguma notoriedade e arranjar uns trocados.

De resto, os testes mostraram que a Mercedes e a Williams continuam fortes e a RedBull será uma incognita, como foi no ano passado e deu a volta por cima. O resto das equipes, numa penúria de dar dó. Mas isso é assunto para amanhã.