terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

A F1 pobre

Sauber com a carenagem limpinha: pobreza de dar dó


É triste pensar isso, mas é possível que apenas 16 carros larguem para a primeira corrida da Fórmula 1, na Austrália, no dia 15 de março. A Force Índia é quem pode elevar este número para 18 (que, convenhamos, continua irrisório), mas a equipe não participou da primeira bateria de testes, não sabe se vai à segunda e ainda não apresentou seu novo carro (mostrou só a pintura que, por sinal, é linda). Certamente, se vier a correr, terá um 2015 bem difícil.

Tirando a Force India, a Marússia também subiu no telhado. Pediu para correr com o carro do ano passado, o que foi negado pela FIA, com voto contra da Force India, inclusive. A Caterham já era. Lotus e Sauber estão com pires na mão. A primeira comemorou o fato de ter conseguido dar umas voltas em Jerez, contrariando suas próprias expectativas. A segunda até fez um carro bom, mas não tem quase nenhum patrocinador inscrito em sua carenagem. Até uma semana antes dos testes, não sabia nem se teria carro para levar.

Fico me perguntando o que falta acontecer para Bernie Ecclestone acordar. A F1 vem despertando cada vez menos interesse, tanto de público, quanto de pilotos e engenheiros. A categoria é caríssima, o regulamento é extremamente complicado e, como se não bastasse, transformou os carros em naves espaciais, que devem ser pilotadas somente com ajuda externa. O piloto mesmo, faz bem pouco. Tão pouco que não há mais diferença entre novatos e veteranos, o que faz com que Max Verstappen, de 17 anos, possa estrear na categoria. Uma aberração.

Corridas de carros são feitas para serem admiradas por quem gosta de velocidade. Ver um piloto se esfolar para ultrapassar outro, atravessar o carro nas curvas para ganhar tempo e garantir uma pole. Hoje vemos os caras preocupados em economizar gasolina, pneus que se esfarelam em 6 voltas e ultrapassagens facilitadas por asas móveis.

Não é a toa que tanta gente prefere assistir provas do WEC, Nascar e até a Indy, coitada, com seus carros horrorosos, é mais interessante do que a F1, em termos de automobilismo. Fico imaginando como seria se a Indy tivesse seguido seu caminho da década de 90, ao invés de se transformar em IRL. Hoje estaria engolindo a F1…

A F1 precisa de uma reinvenção, precisa de gente nova, com novas idéias. Gente que pensa em corridas e não apenas em dinheiro. Gente que não pensa como Bernie Ecclestone.

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