Hamilton x Rosberg: a guerra que queremos é essa, na pista |
Posso estar redondamente enganado, mas fiquei com a
impressão de que a ordem da Williams para seus pilotos trocarem de posição na Malásia,
e suas devidas repercussões, acabaram afetando diretamente o GP do Bahrein,
disputado esse fim de semana. Talvez pelo próprio desconfiômetro, talvez por
uma pressão de Bernie Ecclestone, os engenheiros deixaram a coisa rolar solta
na pista. Apenas a Red Bull arriscou alguma coisinha no meio da prova, pedindo
que Vettel abrisse caminho para Ricciardo, mas no fim, quando os dois
disputavam posições e pontos importantes, deixou o pau comer.
Aliás, Paddy Lowe, da Mercedes, falou sobre isso: ele mesmo
havia pedido que Hamilton e Rosberg tomassem cuidado na relargada, após a saída
do Safety Car e os dois brigaram pela vitória, sem estragar a dobradinha da
equipe. Mas, segundo Lowe, seria um crime pedir que mantivessem as posições
depois do que aconteceu em Sepang. Uma coisa é ter cuidado, outra é "levar
as crianças para casa", como eternizou Ross Brawn.
Force India também deixou o pau quebrar entre Hulk e Perez |
A pergunta que fica é: e agora? Quanto tempo esse
liberalismo vai durar? Nesse sentido, o resultado da prova foi importantíssimo.
Pilotos da Mercedes, Force India, Red Bull e Williams se digladiaram na pista e
todos chegaram ao final sãos e salvos. De quebra, produziram uma corrida como
há muito não se via, uma prova que certamente gerou repercussões positivas
importantes para a imagem arranhada da Fórmula 1 neste início de ano. Ninguém
estava mais falando sobre feiúra dos carros, som dos motores ou ordens de
equipe. Passamos a conversar sobre a corrida em si, que foi excelente.
Ponto para os pilotos, que provaram ser capazes de disputar
posição com o companheiro sem por em risco o resultado do time. Não são
irresponsáveis, enfim. E querem, todos eles, terminar bem o campeonato, de
preferência disputando limpamente. E é por isso que Rosberg e Hamilton deram
show. Batalharam na pista e comemoraram o resultado depois. Há uma imagem
espetacular dos dois na salinha que antecede a ida para o pódio, comentando as
manobras e contando para Perez o que tinha acontecido lá na frente, com o
mexicano morrendo de rir. Sem mimimi, sem choradeira, sem biquinhos. São
competidores, afinal.
Não tenho dúvidas de que os engenheiros devem ter acabado
com todas as unhas, mas agora a questão das ordens de equipe parece ter ficado
mais complexa. E acho que Bernie Ecclestone vai cuidar disso de perto,
impedindo que ocorra. A Fórmula 1, o público e os pilotos vão agradecer muito.
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