Felipe Massa está fora da Ferrari em 2014. Foi ele mesmo
quem anunciou, em sua conta no Twitter e no Instagram. Agradeceu a equipe e
disse que busca um time de ponta que possa lhe dar um campeonato, sem
especificar qual (equipe e campeonato). Uma despedida sóbria e respeitosa, como
foi o tempo em que esteve por lá. Sem estripulias.
Esse é um anúncio esperado desde 2011. Mas só veio agora,
porque há um óbvio respeito da Ferrari por ele. Desde 2010, quando seu
desempenho veio caindo ladeira abaixo, foram pouquíssimas chamadas públicas da
Ferrari, uma equipe que adora fritar pilotos, principalmente quando eles vão
mal. Ao contrário: antes do GP da China de 2012, seu chassi foi trocado pela
equipe, numa clara demonstração de que eles o estavam apoiando e queriam seu
piloto andando na frente.
Algo que jamais aconteceu. Felipe Massa foi bem em 2008, mas
todas as suas temporadas anteriores haviam sido medianas. Em 2009 sofreu o
acidente da mola, na Hungria. A partir de 2010 passou a dividir os boxes com
Fernando Alonso e aí a coisa degringolou de vez, principalmente após a ordem de
box para dar a vitória ao companheiro no GP da Alemanha daquele ano.
No final do ano passado, ganhou sobrevida com alguns
brilharecos. Este ano, parecia ter diminuído a diferença de tempo entre ele e
Alonso, mas resultado que é bom, nada. Não vence uma prova desde o GP do Brasil
de 2008.
Entre todas as equipes grandes da F1 (RedBull, Mercedes e, vá
lá, McLaren), a Ferrari é a única que enfrenta uma diferença abissal de desempenho
entre seus pilotos. Até mesmo na Lotus, Grosjean belisca alguma coisa de vez em
quando. Na Ferrari, Massa conseguiu apenas um pódio em 2013 e vem sendo assim
desde 2010. Não rouba pontos dos adversários de Alonso nem de vez em quando,
como faz Webber na RedBull, por exemplo.
Sua dispensa é natural, portanto. E esse é o problema de
Felipe a partir de agora. Quem iria apostar num piloto que não mostra nada há
três anos? Quando Kimi for confirmado na Ferrari (alguém ainda duvida?),
teremos uma vaga na Lotus. Se Hulkenberg for para lá, sobra um lugarzinho na
Sauber. São duas vagas boas, mas em times que precisam de dinheiro.
A crise no automobilismo brasileiro, que começou quando
Senna acertou o muro da Tamburello há quase 20 anos, começa a apresentar seus últimos
capítulos.
Um comentário:
Se conseguir Lotus o Force India, penso que seja melhor que continuar na Ferrari.
Se não for isto, melhor ir pra Stock mesmo.
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