Flávio Gomes foi demitido da ESPN Brasil hoje à tarde. Sou
fã de Flávio Gomes há anos, comprei seu livro, tenho seu blog nos meus favoritos.
Salvei textos seus no meu computador para ler de vez em quando, uma fonte de
inspiração para mim. Ele não sabe disso e nem me interessa que saiba. Vou
continuar sendo seu fã e ele continuará sendo minha referência para escrever
sobre qualquer coisa.
Mas também sigo @flaviogomes69 no Twitter. Morri de rir
quando ele fingiu ter tido sua conta roubada por um hacker argentino na final
da Libertadores do ano passado, para zombar dos Corintianos. Me divirto quando
seus seguidores lhe perguntam sobre Fórmula 1 ele finge não saber do que eles
estão falando, apenas para ser xingado pelos mesmos seguidores curiosos. Mas
odeio quando alguém discorda dele e recebe como resposta um "vai tomar no
cú".
E odiei quando, no sábado, ele atacou ferozmente a torcida
do Grêmio por estar aborrecido com a derrota da sua Portuguesa para o time
gaúcho, com um gol esquisitíssimo de Kleber. Não gostei de vê-lo chamando
gremistas de "bichinhas" e respondendo a um comentário de um torcedor
com "enfia o canudo do chimarrão no rabo".
Flávio Gomes é jornalista esportivo da ESPN Brasil. Comenta
futebol lá. Representa o canal, portanto. Claro, seu twitter é pessoal, mas
suas opiniões esportivas, querendo ou não, representam a linha editorial do canal
para o qual trabalha.
A ESPN não o censurou ao demití-lo, como estão dizendo. Censura
seria impedí-lo de dizer o que quer. E Flávio Gomes pode dizer o que quer pelo
perfil @flaviogomes69. Só que a ESPN tem todo o direito de não querer em seus
quadros um jornalista esportivo que manda uma torcida de futebol "tomar no
cú", ou os chama de "bichinhas" apenas porque seu time perdeu de
uma forma estranha.
O jornalismo precisa se reencontrar e Flávio Gomes é um
grande jornalista. Mas existe uma coisa que se chama credibilidade. Se ele
comenta futebol, não pode agir da maneira como agiu no sábado. Sinto muito,
isso não é censura. É bom senso. Que tem que existir em quem lê e em quem
escreve.
Um comentário:
É... Ele teve o direito de dizer o que disse e a TV teve o direito de mandá-lo embora, claro.
Não o curto, já me ofendeu em algo que para mim é muito caro...
Mas o futebol está muito chato.
Até onde sei, foi a diretoria gremista que pediu sua cabeça. E ai, eu não concordo.
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