Estive em Interlagos pela primeira vez, em 2001. Já tinha ensaiado uma ida diversas vezes, mas só consegui viabilizar a viagem neste ano. O cenário era de expectativa pela vitória de Rubens Barrichello, apesar de todos saberem que era Michael Schumacher o favorito disparado.
Mas foi na segunda volta, após a relargada que houve em
virtude de um acidente causado pelo próprio Rubinho, que a coisa esquentou. Lá
do final da reta oposta avistamos a Williams se enfiando por dentro na entrada
da curva, e jogando o odiado Schumacher para a terra na segunda perna. Quando
passou na nossa frente, identificamos a figura: era Juan Pablo Montoya, que
vinha da Fórmula Indy e tivera desempenho discreto nas duas primeiras provas do
ano.
A Williams não andava na ponta havia algum tempo, e era
inacreditável o que o colombiano fazia em Interlagos. Até que começou a chover,
na metade da prova, e o retardatário Jos Verstappen não conseguiu frear sua
Arrows na entrada da curva do lago e acertou o piloto da Williams, tirando
Montoya da corrida. Quando ele desceu do carro, foi ovacionado por todos da
arquibancada da reta oposta, que gritava seu nome e pulava, como se estivesse
num estádio de futebol. Nunca vou esquecer dos gritos de “Montoya, Montoya,
Montoya”, e a arquibancada balançando.
Depois disso, o colombiano teve uma carreira irregular, mas
sempre foi uma atração a parte na Fórmula 1, pelo seu estilo arrojado e de
pouca cautela. Teve chance de vencer o campeonato de 2003, venceu algumas
corridas, tentou a sorte na McLaren, mas não suportou a fleuma da equipe de Ron
Dennis e decidiu se mandar para a Nascar na metade de 2006, pegando todo mundo
de surpresa.
Montoya sumiu no mundo do automobilismo, venceu algumas
provas em circuito misto e, em 2014, não deverá estar mais na Nascar. Já há
convites da Andretti para que ele volte à Fórmula Indy, o que seria uma ótima
notícia.
Um piloto como Montoya não pode ficar fora das categorias de
monoposto. Na Nascar, é todo mundo louco como ele, mas nas fórmulas falta um
pouco de ousadia na turma. Alguém como Juan Pablo Montoya só pode fazer bem.
Que volte!
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