sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mais testes


Maldonado e a Williams: rápidos ou jogando para a torcida?

Terminou a 2ª bateria de testes coletivos da Fórmula 1. Continuam sendo apenas testes e, como sempre, não é possível medir o desempenho exato de ninguém. Mas já dá para fazer inferências interessantes.
As três grandes, por exemplo. Nenhuma obteve destaque absoluto nos testes, preferindo focar no desenvolvimento dos seus carros em corrida. A Ferrari teve problemas com Massa e Alonso. A McLaren pareceu mais regular,mas não exatamente rápida. A RedBull também foi discreta mas, quando quis, Vettel fez o melhor tempo. Isso pode significar que, das três, a campeã de 2011 pode ser a única com bala na agulha.

A Lotus, que foi a grande surpresa em Jerez, descobriu um misterioso problema estrutural em seu chassi e sequer andou em Barcelona. Deve ter sido algo bem sério e que pode, sem dúvida, explicar o bom desempenho da equipe na primeira bateria.

Entre as nanicas, ainda não parece ter sido desta vez que a Catheram conseguiu sair do último pelotão. Andou sempre atrás, só se aproximando da Williams quando esta testava a confiabilidade do seu novo carro.

As perspectivas da Williams, aliás, não são muito animadoras. Pastor Maldonado fez o melhor tempo desta bateria, mas usava pneus supermacios e pouca gasolina. No restante do tempo, a Williams sequer chegou perto de outras rivais como a Sauber e a Toro Rosso.  

Quem parece estar encrencada é a Mercedes. A equipe estreou seu novo (e igualmente horroroso) carro em Barcelona e fez tempos para lá de discretos. E, para piorar, começa a ver a Force India nos seus calcanhares. Os indianos, assim como a Williams, também fizeram o melhor tempo em um dos dias. Mas, ao contrário da Williams, estiveram bem durante o restante dos outros, o que mostra uma boa evolução em relação à 2011.

E que venham os próximos, e últimos testes para a temporada.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Fim da linha



Jarno Trulli, na Renault: seu melhor momento na F1
 Depois de Rubens Barrichello, agora foi a vez de Jarno Trulli perder a vaga na Fórmula 1 para um jovem piloto rico. A Catheram anunciou que Vitaly Petrov vai levar seu dinheiro russo para a equipe de Tony Fernandes este ano, correndo ao lado de Heikki Kovalainen.

Trulli e Barrichello têm muitas coisas em comum. Ambos são profissionais respeitados, que integraram equipes vencedoras como segundos pilotos (Barrichello na Ferrari, Trulli na Renault). Os dois tentaram a sorte em equipes japonesas (Barrichello na Honda, Trulli na Toyota) e foram devidamente chutados quando seus times debandaram-se da categoria. Terminaram suas carreiras em equipes do pelotão de baixo (Barrichello na Williams, Trulli na Catherham). E, por fim, acabaram sendo demitidos de suas equipes, preteridos por pilotos mais jovens e ricos, sem ter tido a chance de conseguir uma despedida digna.
Jarno Trulli começou na Minardi, passou pela Prost, pela Jordan, pela Renault e pela Toyota, antes de chegar à então Lotus. Seu melhor momento foi mesmo na Renault, quando esteve lá entre os anos de 2002 e 2004, ano em que venceu o GP de Mônaco, seu único triunfo na F1.

Nesse mesmo ano perdeu a chance de continuar na equipe nos seus melhores anos, 2005 e 2006, por um vacilo no GP da França. Estava em terceiro quando, na última curva, foi superado por quem? Isso mesmo, Rubens Barrichello.

Na Toyota, Trulli tentou de tudo. Fez duas poles, conseguiu alguns pódios mas não conseguiu ajudar a equipe no seu plano de estruturação. Nos dois últimos ano, pilotando pela Lotus, nada acrescentou à equipe novata.

As saídas de Trulli e Barrichello apontam para o processo final de renovação da Fórmula 1. Com exceção de Schumacher, que está lá pelo nome que tem, agora, os veteranos da categoria são aqueles que estrearam a partir do ano 2000, como Felipe Massa, Mark Webber, Jenson Button e até Fernando Alonso. E pensar que parece que foi ontem que considerávamos estes como jovens revelações.  

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Quase lá



Rubens Barrichello parece mesmo ter desencanado da Fórmula 1. Agora que não há mais vagas mesmo, Rubinho aparentemente aposta na Indy para a sua continuidade no automobilismo. Testou em Sebring, na semana passada, um carro da KV, equipe do amigo Tony Kanaan. E impressionou bastante, tanto o pessoal da equipe, quanto a turma da Chevrolet, que fornecerá motores para essa equipe.

Barrichello disse à Band que está atrás de patrocinadores para viabilizar o projeto Indy. E deve mesmo acontecer. Bancar um piloto no fundo grid da Fórmula 1 é algo que envolve quantias bem altas. Bem mais altas do que o necessário para colocar um piloto na Fórmula Indy, disputando vitórias e até o título.

A Indy é um ambiente mais relaxado, menos austero, mais ligado à essência do automobilismo do que a Fórmula 1, que se preocupa muito mais com o marketing. Basta ver os vídeos que Rubinho publicou em seu twitter, feitos a partir da câmera instalada no Dallara da KV. A pista de Sebring parece até com as ruas das cidades brasileiras, de tão ondulada.

O choque de realidade para um piloto que ficou 19 anos pilotando o que há de mais moderno em termos de carro de corrida vai ser grande. Mas a história já mostrou que é muito mais fácil um “ex-F1” se adaptar à Indy do que o contrário.

E a presença de Rubens Barrichello fará bem não só a ele, mas a Indy, que ganha um nome de peso, à KV que poderá contar com sua experiência e conhecimento e ao público que ganha mais um piloto de qualidade para ver na pista.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Começou...



Raikkonen e a Lotus: começando 2012 na frente

A Fórmula 1 começou os trabalhos de 2012 hoje, em Jerez de la Frontera, na Espanha, com a maior parte dos novos carros na pista. A Marussia não deu as caras e apenas Mercedes e Hispania foram à pista com seus carros de 2011. A equipe de Ross Brawnpode acabar sentindo a falta de quilometragem, já que só estreará seu carro novo somente na próxima sessão, em Barcelona.

Bem, não temos muito o que comentar sobre o visual dos carros. São absolutamente iguais. Iguais e feios. Com exceção da McLaren, todos os projetistas adotaram o degrau no bico, para obedecer ao novo regulamento, que obriga os carros a manterem suas frentes a, no mínimo 55 cm do solo. Nenhuma novidade quanto a isso: a cada ano, mais coisas são acrescentadas aos regulamentos, limitando o trabalho dos projetistas. Acho que ainda vão chegar à conclusão de que um fornecedor único de chassi será mais funcional e barato.

Kimi Raikkonen foi o mais rápido do dia, o que não quer dizer que a Lotus produziu um bom carro. Mas quer dizer que Kimi se preparou muito bem para sua volta à Fórmula 1, o que é uma ótima notícia. A Ferrari, com Massa, ficou lá atrás, mais de três segundos atrás da Lotus.

Amanhã tem mais. Serão quatro dias em Jerez para que as equipes comecem a acertar seus bólidos para a temporada 2012. E, enquanto isso, vamos ficando só na contagem regressiva.